Mantega destacou medidas do regime automotivo para incentivar setor -

Setor movimentou US$ 2,583 bilhões no ano passado
O Brasil possui, atualmente, 93 mil oficinas. No ano passado, o setor de reposição registrou um crescimento de 7%, entre fabricantes, distribuidores, varejo e oficinas, movimentando um volume de R$ 73,8 bilhões. Ainda assim, o segmento de autopeças, que inclui itens de reposição e OEM (peças sobressalentes de fabricantes de equipamentos originais, tradução da sigla em inglês), está apreensivo com a entrada de produtos importados e com a falta de competitividade da indústria nacional.
Tendo isso em vista, Mantega discursou sobre as medidas que o Governo está tomando para aquecer o segmento. De acordo com ele, o setor passa por desafios, acelerados principalmente pela crise econômica mundial, que fez com que muitas empresas desviassem o foco de ação em países desenvolvidos, estagnados, para os emergentes como o caso do Brasil.
Segundo o político, o problema do foco no mercado brasileiro, de algumas empresas estrangeiras, está na competição injusta com as estabelecidas por aqui. O ministro afirma que muitas companhias são ajudadas por subsídios dados pelos seus países de origem. Mantega explica que estes incentivos passam despercebidos pela OMC (Organização Mundial do Comércio), pois são dados por meio de um câmbio artificialmente desvalorizado.
Dentre as ações prometidas pelo Governo está a política cambial. “Não deixaremos o Real se valorizar”, prometeu Mantega. O ministro ainda salientou que as medidas do novo regime automotivo, anunciados na semana passada, devem aquecer toda a cadeia do setor, incluindo, o segmento de autopeças.
Com a nova política para o setor, mesmo as empresas estrangeiras, que comprarem autopeças nacionais, terão desconto do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Outra medida que também afetará o segmento é a desoneração da folha, que segundo o ministro se alinha a o que vem sendo adotada por muitos países, no entanto, beneficia o empregador sem punir o trabalhador.
Mantega afirma que estas ações devem desonerar em R$ 500 milhões a indústria de autopeças em 2012, no próximo ano, a perspectiva é que este número seja de R$ 1 bilhão.
Além disso, o Governo prometeu maior fiscalização na linha cinza para combater a falsificação de produtos e atenção aos corredores de importação, limitando as vantagens às mercadorias vindas do exterior como redução do ICMS (imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação), praticada por alguns Estados.
Outra ação, salientada por Mantega para o crescimento do setor, é o lançamento do PSI 4, que reduz os juros do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) para o crédito de veículos comerciais de 10 para 7,7% ao ano; aumenta o prazo de pagamento de 96 para 120 meses e permite o financiamento total do caminhão ou ônibus, antes este índice chegava a apenas a 80% (isso para empresas pequenas, para as grandes o percentual passa de 70 para 90%).
Por fim, o ministro defendeu que a indústria automotiva continue investindo – no ano passado o aporte das empresas cresceu 35,5% sobre o volume injetado, no País, em 2010 – e que os bancos privados sigam o que estão fazendo o BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal e diminuam os juros para o capital de giro (o corte das instituições estatais foi de 2%, passando de 13 para 11% ao ano).
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