segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Caminhão novo: o que levar em conta na escolha da motorização

Entre todos os critérios levados em consideração na hora de comprar um caminhão, sem dúvidas, o consumo de combustível está no topo da lista. O rendimento do motor e a produtividade final do veículo sempre acabam pesando no processo de decisão e, para uma escolha certeira da potência, é preciso identificar exatamente o tipo de transporte que será feito, com todas as suas variáveis.
A diferença entre caminhões leves e extrapesados chega a 300 cavalos de potência, portanto, as opções de motorização do mercado são tão múltiplas como as possibilidades de utilização. O primeiro passo é identificar o tipo de carga que será transportado, saber se ele vai variar muito, se exige agilidade para descarregar, entre outros fatores. “O caminhão não pode ser fraco na potência, pois a produtividade cai, ele fica lento e sem agilidade. E não pode exagerar, pois pode ser um consumo de combustível desnecessário para aquele volume. É necessária uma relação de equilíbrio muito grande com a carga a ser transportada”, afirma Claudio Gasparetti, gerente de marketing de caminhões da Mercedes-Benz.
Além da escolha da potência do motor, é preciso avaliar como será a carroceria do caminhão, para adequar a distribuição do peso de acordo com as leis da balança e manter uma média de velocidade dentro do esperado. Victor Carvalho, gerente de Vendas de Caminhões da Scania do Brasil, explica a relação entre potência e torque. “É muito importante observar com a potência a relação com o torque. É até mais direta com o consumo do que a potência em si, pois o motorista precisa conseguir puxar tudo que está atrás numa combinação bem definida entre esses fatores, para poder manter o rendimento”, diz.
A rota feita pelo caminhão é outra variável determinante na escolha de uma marca ou modelo. O tipo de estrada pode exigir uma relação maior de torque, como uma serra, por exemplo, que exige mais potência para manter uma boa velocidade média. Além disso, segundo Manoel Carvalho, mecânico da Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte (Fabet), “o tipo de estrada e região vai influenciar na qualidade do equipamento para resistir às dificuldades da estrada. Outro fator importante é a facilidade de se encontrar peças de reposição”, ressalta. Uma região de estradas esburacadas, com rodovias ruins, pode exigir um veículo mais resistente.
Um dos principais fatores destacados por Carvalho, da Scania, é o equilíbrio na escolha de todo o conjunto, não apenas do motor. “É importante ressaltar que o motor isoladamente não é elemento de decisão, é preciso analisar a caixa de câmbio, relação de diferencial, o modelo de tração, se é 6x2 ou 6x4, por exemplo, e aí definir o produto. A economia vem de um conjunto mais bem desenhado”, afirma. A qualidade na condução, nas trocas de marcha, nas retomadas e outras variáveis, é imprescindível para o melhor rendimento do motor.
Muitas vezes, a escolha do caminhão é baseada na vivência da transportadora ou do motorista, que conhecem bem as rotas, o tipo de carga e caçamba ideais para cada trabalho. Porém, cada vez mais a análise detalhada dos dados de rendimento da frota se faz necessária e pode gerar surpresas até aos mais experientes. “Eu diria que metade dos clientes necessita de mais auxílio e a outra metade já tem algum conhecimento. Mas mesmo com os mais experientes, como fabricamos equipamentos muito tecnológicos, tentamos convencê-los de certos avanços que temos certeza que trarão retorno para ele”, conta Gasparetti.
Cartola – Agência de Conteúdo
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