O frio diminui o conforto na hora de dirigir e pode contribuir para a ocorrência de acidentes. Segundo o chefe do Departamento de Medicina do Tráfego Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Dirceu Rodrigues Alves Júnior, as melhores condições para pegar a estrada são entre 5ºC e 28ºC. Abaixo desse limite, a possibilidade de o motorista contrair doenças típicas da estação mais gelada do ano aumenta.
Desde as inflamações respiratórias, como rinite, sinusite e faringite, até as infecções, como pneumonia, o condutor pode ter a saúde comprometida se não tomar alguns cuidados. Ligar o ar quente para deixar a temperatura interior do veículo mais agradável é uma opção, mas também pode ser prejudicial caso o aparelho e os filtros não tenham sido revisados. O período ideal é de que a manutenção seja realizada a cada seis meses.
A variação térmica sofrida quando o motorista sai do caminhão, caso o ar quente esteja ligado, também pode afetar sua saúde. "O ideal é reduzir a temperatura 30 minutos antes de chegar ao destino. A mesma coisa quando entrar no veículo. Vai aumentando gradativamente", ensina Alves Júnior. Além disso, o choque térmico pode provocar dores musculares e contribuir para o processo degenerativo das articulações.
Outro perigo durante o frio é o Fenômeno de Raynaud, que compromete as extremidades do corpo e ocorre devido à contração dos vasos sanguíneos, diminuindo a circulação. "O tecido entra em sofrimento, a pele fica branca e pode haver sensibilidade dolorosa", explica o médico. Mãos, pés, orelhas e nariz são as partes mais atingidas, e em casos extremos ou de falta de cuidados, o quadro pode evoluir para necrose. Além do frio, a atividade sedentária do motorista é um fator que contribui para desencadear o fenômeno.
Para se prevenir, Alves Júnior aconselha os motoristas a se agasalharem. Usar calça e casaco para aquecer o corpo é fundamental, mas não se deve esquecer de proteger também as extremidades. Chapéu ou touca que cubra as orelhas, meias de lã e luvas são algumas das recomendações do médico. "A cabine e o volante são muito gelados. O uso de luvas acolchoadas ajuda", orienta.
Apesar do frio, os motoristas não devem esquecer de hidratar o corpo. Mesmo que não sinta sede, o condutor deve ingerir líquidos, principalmente bebidas quentes, que ajudam a suportar as temperaturas baixas.
Cartola - Agência de Conteúdo
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